CEDRAL

O município de Cedral, localizado no Litoral Ocidental Maranhense, guarda em sua memória séculos de histórias que unem povos indígenas, colonos portugueses, açorianos e afrodescendentes. Antes de se tornar município, Cedral integrava o território de Guimarães, e seu nome remete à abundância de cedreiros que marcavam a entrada da vila, às margens do que hoje é a MA-304.

Desde o século XIX, Cedral já se destacava como ponto de comércio, com as casas de “secos e molhados” que movimentavam a economia regional. Famílias oriundas de povoados vizinhos ajudaram a consolidar o lugar, que cresceu com a agricultura, a pesca e o pequeno comércio. A presença de colonos portugueses e açorianos, a partir de 1760, trouxe o cultivo de cana-de-açúcar, algodão e mandioca, além da criação de gado em fazendas que utilizavam mão de obra escrava. Essa herança permanece viva na forte presença de comunidades quilombolas e afrodescendentes.

Um nome central nessa trajetória é o comerciante José Ribamar Ewerton, que chegou em 1924, casou-se com Assunção Machado Amorim e se estabeleceu em Outeiro. Em 1950, já era dono das terras onde hoje se ergue a sede do município, tornando-se prefeito de Guimarães em 1952 e articulador da emancipação de Cedral. Em 9 de junho de 1964, a Lei nº 2.378, sancionada pelo governador Newton de Barros Bello, decretou oficialmente a emancipação política do município.

Naquele tempo, Cedral ainda era uma vila simples, com ruas estreitas e casas de taipa. Ao lado da igrejinha local, um barracão abrigava os festejos de São Benedito e de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade. Hoje, essas tradições seguem vivas, refletindo a religiosidade, a resistência e a identidade cultural do povo cedralense.

A gastronomia cedralense traduz a riqueza de seus rios e manguezais, combinando sabores da terra e do mar. Entre os pratos típicos mais apreciados estão:

• Sururu no paletó e torta de sarnambí;
  
  

• Caranguejada e sirri torrado;
  
  

• Muqueca de ova de peixe e peixada;
  
  

• Camarão torrado com juçara e camarão assado na brasa;
  
  

• Peixe assado na brasa;
  
  

• Bejú, mingau de farinha d’água e bolo de mandioca;
  
  

• Galinha caipira guisada, carne de sol e angu de parida.
  
  

Cada receita guarda traços da cultura indígena, africana e portuguesa, resultando em uma culinária autêntica que conquista os visitantes.