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A história de Cururupu remonta ao período colonial, quando o território ainda estava ligado a Guimarães. Portugueses migraram para a região no século XVI, atraídos pela fertilidade das terras e pelas possibilidades comerciais. Logo, a paisagem foi tomada por fazendas de cana-de-açúcar e mandioca, movidas pelo trabalho escravizado vindo diretamente da África, através da costa do Douro e de Dahomey (Guiné).
Segundo registros históricos, a cidade nasceu a partir da fazenda Cururupu, às margens do rio Cabelo de Velha, pertencente ao capitão João Fernandes de Melo. No auge da escravidão, o município chegou a abrigar 155 fazendas, tornando-se um polo agrícola e manufatureiro. A abolição, em 1888, provocou o declínio de muitos engenhos, mas deixou como herança uma forte presença quilombola e afrodescendente que até hoje marca a identidade local. Essa herança cultural afrodescendente permanece viva nas danças, nos festejos religiosos e na culinária local.
Administrativamente, Cururupu foi elevada a freguesia em 1835, tornou-se vila em 1841 e cidade em 1920. A origem do nome é envolta em lendas e estudos etimológicos: para alguns, vem do tupi-guarani “Cururu-pu”, significando “cantiga de sapo grande”, em referência ao sapo cururu, abundante na região; para outros, “fonte de sapos”. Outra versão popular fala de um cacique chamado Cururu, morto em batalha, cujo nome teria dado origem ao município.
O traçado urbano de Cururupu também revela sua antiguidade: ruas largas em formato de tabuleiro, casarões coloniais e praças centenárias fazem da cidade um verdadeiro museu a céu aberto. Hoje, Cururupu se orgulha de ser uma das mais antigas cidades do litoral ocidental maranhense, guardando em sua história os ecos de resistência, prosperidade e tradição.
Ao longo dos séculos, o município se destacou não apenas pela economia ligada à pesca e ao extrativismo, mas também pela sua relevância cultural. Até hoje, é reconhecido como coração do Polo Turístico Floresta dos Guarás, guardando tradições centenárias e transmitindo às novas gerações a memória de um povo que resiste e celebra sua identidade.
Cururupu é porta de entrada para um dos cenários mais fascinantes do Brasil: o Arquipélago de Maiaú, com dezenas de ilhas, praias selvagens e comunidades tradicionais de pescadores. Entre os principais atrativos estão:
Praia de Guajerutiua – Localizada na Ilha de mesmo nome, é famosa pelas dunas cobertas de guajurus (fruta típica), pelo pôr do sol inesquecível e pela tradição da pesca artesanal.
Praia de Bate-Vento – Na Ilha Maiaú, próxima ao Farol de São João, combina belezas naturais, hospitalidade e importância histórica, sendo uma base para visitar a Ilha de Lençóis.
Ilha de Lençóis – Lendária por ser associada ao mito de Dom Sebastião, encanta com suas dunas, lagoas sazonais e biodiversidade singular, além de carregar forte tradição cultural.
Praia do Guará (Iguará) – Centro de produção do camarão artesanal, rodeada por manguezais e habitat da ave-guará, símbolo da região.
Valha-me-Deus, Caçacueira, Carrapato e Porto do Meio – Povoados insulares que guardam histórias seculares e são destinos perfeitos para o turismo comunitário.
Manguezais das Reentrâncias Maranhenses – Patrimônio natural da humanidade, com rica biodiversidade que inclui guarás, garças, maçaricos e peixes que sustentam a pesca local.
A gastronomia de Cururupu é um atrativo à parte, refletindo sua forte ligação com o mar. O camarão é a estrela: fresco, torrado ou beneficiado artesanalmente, abastece não só o Maranhão, mas também estados vizinhos. A peixada, a moqueca, o peixe assado na brasa e a torta de camarão estão entre os pratos mais apreciados. Nos povoados insulares, a experiência é ainda mais autêntica: saborear peixe ou camarão recém-pescado, preparado à sombra dos ranchos de palha, com o aroma da maresia.
Cururupu preserva um calendário cultural vibrante, que atrai visitantes durante todo o ano:
Carnaval – Desfiles de blocos, samba, reggae e manifestações populares animam a cidade.
Junho – Festejo de São João Batista, padroeiro do município, com novenas, procissões, arraial e apresentações de bumba-meu-boi, tambor de crioula e quadrilhas juninas.
Julho – Festejo de São Benedito, um dos mais tradicionais, que mistura devoção, comidas típicas e música.
Setembro – Festival de Carro de Boi, manifestação cultural única que resgata práticas seculares do transporte tradicional, reunindo agricultores, famílias e turistas em um espetáculo de fé, tradição e criatividade.
3 de Outubro – Aniversário da Cidade, com programação cultural, esportiva e shows populares.
Dezembro – Festejos natalinos e celebrações religiosas, que encerram o ano com fé e confraternização comunitária.
Em Cururupu, cada rua, cada festa e cada paisagem contam um pedaço da história do Maranhão. É um destino onde a tradição se renova, a natureza surpreende e a hospitalidade conquista.